terça-feira, 24 de agosto de 2010

A medida do peso: você é o que você come.

Você é o que você come, certo?
Certo...

     Um indivíduo que nutre em seu cardápio, hábitos alimentares saudáveis - pratos coloridos, variados, com pouca presença de gorduras saturadas, com frutas e bastante água - é, com certeza uma pessoa mais feliz, mais realizada....
     Com certeza se comporta melhor em reuniões do trabalho, trata melhor os pais, liga sempre pros amigos, é fluente em mais de uma língua, sabe diferenciar entre a boa e a má oportunidade, é mais sociável, mais gentil, mais inteligente...
     Esforça-se mais que os outros, é exímio contador de história aos filhos, tira as melhores notas e, claro, é mais magro, forte, esbelto... significativo.
     Não?
     ...é claro que não.
     Uma coisa não se relaciona com a outra - pelo menos não de forma direta e irrestrita. Alimentar-se bem, tendo como acompanhamento uma atividade física, ajuda a pessoa a se sentir bem consigo mesma e assim, sentindo-se mais disposta, seguir em frente e encarar as dificuldades.
    A relação gordura X capacidade é completamente absurda, equivocada e incoerente.
   O século XX trouxe com ele atribuições de magreza e esteticidade que já se arraigaram naquilo que a gente acha que é normal. A tendência de achar que a beleza estética é , de perto, o caminho para a felicidade, nos afasta d"O essencial é invisível aos olhos", de Exupérry.
    E foi assim que sairam fotos de dois eventos que tangem nossa cultura atual. Ambas foram marcadas por ícones ou da moda ou do mundo dos famosos: O Peão de Boiadeiros, em Barretos, e o Miss Universo 2010, em Las Vegas.
    O que intriga, na verdade, é a forma como  repercussão dos fatos ocorre. No afã de dar a notícia, os repórteres responsáveis pela matéria de Mariah, veiculada no site babado.com , cometem gafes - para ser simpática - , ou melhor, atentados às nossas inteligências e conceitos de felicidade.
     Abre aspas: "Mariah Carey se apresentou, neste sábado (21), para milhares de fãs da world music e do sertanejo, em Barretos.  A cidade, localizada no interior de São Paulo, recebeu a "diva" americana no Parque do Peão. A cantora foi levada ao palco por um de seus bailarinos. Neste momento nota-se seus quilinhos a mais. (...) Na troca de figurinos, Mariah esconde as curvas salientes com um casaco preto.(...) Braço da cantora acusa os quilos a mais. (...) O vestido preto marcava a cintura de Mariah e ganhava mais volume na parte de baixo" 

     Oi, quem se importa com os quilos a mais de Mariah se ela continua cantando e encantando as pessoas que gostam de sua música? Se boa ou má cantora, cabe a algum crítico musical avaliar, o aumento de peso da cantora não a deixa mais ou menos capaz.

...e essa sou eu, com 20 anos;1,62m de altura,
mais ou menos 55 kg, nascida em Teresina - PI
e futura jornalista formada na UnB.
Essa é a miss 2010, ela tem 22 anos,
1,74m de altura, nasceu em Guadalaraja
 no México e faz faculdade de Nutrição

 Tá vendo, inteligência, sensibilidade, atenção, capacidade não são parâmetros medidos pela beleza ou quantidade de gorduras!


sábado, 21 de agosto de 2010

Premiação Selos



A comunidade blogueira, para indicar aqueles que mais trabalham com afinco em seus filhotes virtuais, criou um sistema de troca de selos, onde cada um indica seus blogs preferidos. E eu recebi dois , Sunshine Awards e Prêmio Dados, da Fabi, amiga e companheira blogueira!
Agradeço, inclusive, pela paciencia em esperar pela postagem dos selos aqui depois de tanto tempo e parabenizá-la pelas palavras que ela escreve. Sou fã.
Mesmo.
E assim, recebo os selos e passo-os adiante aos blogs que admiro:

http://www.pessoalmentemirella.blogspot.com/
http://metendobico.blogspot.com/
http://viciadasem.blogspot.com/

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O Inssinu no Brasiu è otimo!

                                              
     A edição 2.074 da revista Veja cuja capa sentencia: “O inssinu no Brasiu è otimo”, discorre a respeito de um tema que, por ser de ordem pública, teria por si mesmo larga abertura para questionamentos fundamentados, não fosse a falta de tato – já conhecida – do semanário mais lido do país.
     O mérito da questão de interesse social, no entanto, não se enveredou pelo caminho da sensatez ou da pormenorização de observações eficientes em relação ao ensino das crianças e adolescentes brasileiros.
     Levados a acreditar em uma massificação ideológica, os leitores da edição se depararam com frases como: “Muitos professores e seus compêndios enxergam o mundo de hoje como ele era no tempo dos tílburis. Com a justificativa de "incentivar a cidadania", incutem ideologias anacrônicas e preconceitos esquerdistas nos alunos”; ou ainda: “A doutrinação esquerdista é predominante em todo o sistema escolar privado e particular. É algo que os professores levam mais á sério do que o ensino das matérias em classe”.
     E finalmente: “Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro argentino Che Guevara, (...). Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. Entre os professores brasileiros ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história da humanidade”.
     Paulo Freire foi o maior educador brasileiro e já é apontado como um dos maiores da humanidade. Sua obra mais conhecida – A Pedagogia do Oprimido – já vendeu mais de 450.000 exemplares e nos emoldura como agentes da história, acima da condição de objetos que os processos de opressão dos miseráveis tanto nos fazem crer.
     Com honra consolidada, Freire foi intenso construtor da formação cidadã brasileira, pensou e produziu o método de alfabetização de adultos que leva seu nome, não distinguiu credo, cor, etnia, sexo, classe social ou idade daqueles que defendeu com afinco e credibilidade; a edição da revista Veja do dia 20 de agosto de 2008 atribuiu-lhe ofensa e envergonhou-nos a todos como brasileiros.
     Ao fim da reportagem de 16 páginas, nenhum pedagogo foi entrevistado e duas aulas de educadores foram expostas de maneira imprudente e maliciosa. Dessa maneira, é explícita a tomada de posição da diretoria da revista que faz esforços para não se lembrar do código de ética que rege seu serviço e que de tão pendente à direita, torna-se manca opinião.
     No código de ética dos jornalistas brasileiros, encontramos:

Capítulo I - Do direito à informação:
Art. 2º Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que:
     I - a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários e/ou diretores ou da natureza econômica de suas empresas;

Capítulo II – Da conduta profissional do jornalista:
Art. 6º É dever do jornalista:
     VIII - respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão;
      X - defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito;

Capítulo III – Da responsabilidade profissional do jornalista:
Art. 12. O jornalista deve:
     I - ressalvadas as especificidades da assessoria de imprensa, ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos, o maior número de pessoas e instituições envolvidas em uma cobertura jornalística, principalmente aquelas que são objeto de acusações não suficientemente demonstradas ou verificadas;
     III - tratar com respeito todas as pessoas mencionadas nas informações que divulgar;

     Dessa forma, mais que distorcer as informações reportadas ao grande público, a revista Veja feriu artigos éticos do código jornalístico e, com base no inciso X, do artigo 6º, do capítulo II, do referido código, também desrespeitou os princípios legais e constitucionais do Estado brasileiro, vigentes, por exemplo, no Código Penal desde 1940.
     O capítulo V, do Título I, da Parte Especial do Código Penal Brasileiro se refere aos “Crimes Contra a Honra”. Neste capítulo, encontramos os artigos 138, 139 e 140 que tratam, respectivamente, dos crimes de Calúnia, Difamação e Injúria. Distingo-os:
     Calúnia apresenta-se como atribuição, a outrem, de responsabilidade falsa de ação tida como crime nos moldes do mesmo código; difamação é a atribuição de um ato ofensivo à reputação de outra pessoa e injúria consiste em imputar qualidade negativa e/ou ofensiva à dignidade ou decoro de alguém.

Código Penal - CP - DL-002.848-1940
Parte Especial
Título I – Dos Crimes Contra a Pessoa
Capítulo V – Dos Crimes Contra a Honra

Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propaga ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.

Difamação
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Injúria
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.

Disposições Comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.

     Assim, notamos com clareza as mazelas cometidas pela revista Veja à honra e à memória de Paulo Reglus Neves Freire, morto a dois de maio de 1997, data, felizmente, posterior à má intencionada reportagem que entrou para o rol das piores e mais distorcidas apurações do semanário.
Transtornado com a capa,
Cazuza chegou a se hospitalizar.
[clique para ampliar]
Cadáver ensanguentado é capa da
Veja ao tratar do Eldorado dos
Carajás [clique para ampliar]

Dois meses antes de se tornar
presidente, a Veja elege FHC.
[clique para ampliar]
     Foram atingidos direitos éticos que deveriam encabeçar uma apuração justa e eficiente, mas, ao contrário do esperado de uma edição de tão grande circulação, o decoro e o dever foram esquecidos e o dano causado à memória e honra de Paulo Freire chamaram mais atenção do que o problema, atual e verdadeiro, da precariedade dos ensinos público e privado do Brasil.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Droga do século XXI

                            

Criada em plena Guerra Fria, a internet foi a pesquisa militar, ouso dizer, mais bem sucedida a curto, médio e longo prazo desde sua criação até os dias de hoje. Ela surgiu no momento em que o antagonismo no mundo era pautado pela bipolaridade e pela forte necessidade  de se estar sempre um passo à frente do oponente socialista/capitalista.
Nesse sentido então, foi idealizado um modelo de troca e compartilhamento de informações que permitisse a descentralização das mesmas. Assim, se o Pentágono fosse atingido, as informações armazenadas ali não estariam perdidas.
O ataque inimigo nunca aconteceu, mas o que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos não sabia era que dava início ao maior fenômeno midiático do século XX, único meio de comunicação que em apenas 4 anos conseguiria atingir cerca de 50 milhões de pessoas.
Em 29 de Outubro de 1969 ocorreu a transmissão do que pode ser considerado o primeiro e-mail da história; o texto desse primeiro e-mail seria "LOGIN", mas o computador no Stanford Research Institute, que recebia a mensagem, parou de funcionar após receber a letra "O".
Por fim, vale destacar que já em 1992, o então senador Al Gore, já falava na Superhighway of Information. Essa "super-estrada da informação" tinha como unidade básica de funcionamento a troca, compartilhamento e fluxo contínuo de informações pelos quatro cantos do mundo através de uma rede mundial, a Internet.
O que se pode notar é que o interesse mundial aliado ao interesse comercial, que evidentemente observava o potencial financeiro e rentável daquela "novidade", proporcionou o boom e a popularização da Internet na década de 1990. Até 2003, cerca de mais de 600 milhões de pessoas estavam conectadas à rede. Segundo a Internet World Estatistics, em junho de 2007 este número era de aproximadamente 1 bilhão e 234 milhões de usuários. 
E não por menos, a internet vem afetando os usuários de sua rede com sintomas que já são considerados vícios, e que já possuem sintomas reconhecidos e clínicas de tratamento.
Toda essa cobrança pela necessidade de aderir ao uso do computador, principalmente na esfera profissional, acaba por gerar certa angústia, o que também acaba por envolver não apenas os adolescentes nesse tipo de comportamento.
Segundo um estudo da Universidade de Maryland (EUA), estudantes privados de redes sociais e equipamentos eletrônicos durante um dia desenvolveram síndrome de abstinência similar à de dependentes de drogas.
O experimento “24 hours: Unplugged” pediu a 200 estudantes de 18 a 21 anos que deixassem de utilizar qualquer equipamento conectado a mídias eletrônicas e redes sociais como celular, TVs, iPods, Blackberries ou laptops.
Os resultados*, segundo o estudo, foram semelhantes aos observados em usuários com dependência química. Para descrever como se sentiam, os universitários utilizaram os termos “desejo incontrolável, muita ansiedade, apreensão extrema, tristeza profunda, tensão e loucura”.
Uma outra pesquisa realizada por pesquisadores da University of Notre Dame, em parceria com especialistas da Sun Yat-Sen University, em Guangdong na China, indicou que os adolescentes viciados em internet têm mais chances de se auto-flagelar com beliscões, queimaduras, de se baterem ou puxarem seus próprios cabelos. Segundo a agência de notícias Reuters, o estudo foi realizado com 1.618 adolescentes, com idades entre 13 e 18 anos.
O estudo com voluntários chineses identificou que 10% dos jovens podem ser considerados “moderadamente viciados” em internet, enquanto 1% é “severamente viciado”.
Segundo os estudos realizados sobre o tema, como as drogas químicas, a compulsão no uso da Internet também está relacionado à sensação de prazer físico que ela produz. A cada download de uma foto sexualmente orientada, na interatividade em um chat, no momento de abrir um e-mail esperado, no jogo virtual, são produzidas no cérebro descargas elétricas entre os neurônios, induzidas por um neurotransmissor chamado dopamina.                                         A dopamina é liberada normalmente pelo cérebro quando uma pessoa faz sexo, come ou bebe. Quanto mais dopamina, maior a sensação de prazer. A dependência a Internet mantém esse mesmo padrão fisiológico, criando uma dependência naqueles pequenos momentos de prazer. O problema é que a Internet propicia uma rapidez muito grande nas atividades interativas, aumentando as chances de dependência. Devemos levar em conta também, que existem além dos motivos fisiológicos, razões de ordem motivacional, que podem agravar o quadro de dependência.

 *Os meios mais utilizados pelos estudantes norte-americano para se comunicar são, segundo a pesquisa, SMS e Facebook. Em segundo lugar, distante, vêm as ligações telefônicas e os e-mails. "Renunciar à tecnologia equivale a renunciar à vida social para esses estudantes”, diz a professora. “Os estudantes reclamaram que era muito chato ir para qualquer lugar ou fazer qualquer coisa sem ouvir os MP3”.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Greve da UnB é notícia no site Último Segundo

Ao completar 51 dias de greve e depois de já tantas reviravoltas, a greve da Universidade de Brasília vira notícia no site de notícias Último Segundo. Abre aspas:
"O ócio da greve: 51 dias sem aulas na UnB
Estudantes entediados, sem pique de estudar e caindo na balada. Essa é a rotina de grande parte dos alunos desde março
Corredores vazios e alunos entediados: um retrato da greve
Há 51 dias estudantes da Universidade de Brasília (UnB) estão sem aulas. Não ter de estudar para provas, aguentar professores chatos, fazer trabalhos nem se dividir entre a sala de aula e projetos de pesquisa ou estágios poderia até ser motivo de comemoração. Mas, entre os universitários, a avaliação da greve não é nada boa.
Luís Felipe do Prado, 17 anos, calouro de engenharia mecânica, é um dos inúmeros estudantes que não têm nada para fazer. Ele fica em casa o dia inteiro, serve de suporte para a família – resolve problemas burocráticos, paga contas, espera o instalador de qualquer coisa – e cai na balada com os amigos quase todo dia.
Para ele, que ainda não havia tido tempo de se envolver com as possibilidades de extensão e pesquisa da universidade, os espaços da academia não fazem muito sentido na greve. Além de tudo, Luís teme demorar a se focar novamente nos estudos quando as aulas recomeçarem – sabe-se lá quando.
“Eu não acreditava que passaria no vestibular. Já estava tendo aulas no cursinho quando fui aprovado na segunda chamada. Estava estudando demais. Agora, perdi o ritmo”, diz. Luís admite que, por um lado, a folga é boa depois de tanto tempo de preparação para o vestibular. Mas a aguardada atribulação do semestre pós-greve o desanima.
Professores e funcionários estão em greve há quase dois meses.
Os amigos Rodrigo Maestrali, 20, João Augusto Martins de Santana, 23, Gustavo Nunes, 20, e Rafael Queiroz, 18, alunos do curso de física, já estão cansados da greve. Rodrigo vive uma situação considerada pelos universitários das piores em dias de greve: dois professores não pararam as aulas.
A rotina de Rodrigo inclui aulas todos os dias na UnB. Sem nenhum pique para estudar depois dos encontros, ele assiste as aulas desanimado. Não pode deixar a universidade agora, nem quando a greve acabar. “Não fiquei de férias, como todo mundo, e ainda terei de continuar estudando depois. É horrível”, opina.
João Augusto também está chateado porque as férias ficarão comprometidas após a greve. Segundo a decana de Graduação da UnB, Márcia Abrahão, se a paralisação acabasse hoje, as aulas precisariam ser dadas até fevereiro para dar conta de cumprir o calendário letivo integral dos dois semestres previstos para 2010.
A previsão, por enquanto, é de que haja um intervalo de apenas três semanas entre um semestre e outro. No fim do ano, na suposição elaborada pelo decanato, os estudantes teriam folga entre os recessos de Natal e Ano Novo e na primeira semana de janeiro. Mas, definitivamente, só dá para ajustar o calendário após o fim da greve.
Formatura atrasada
Tainá Batista de Assis, 23 anos e Wanne Kelly Souza Silva, 22, estão no último semestre de biblioteconomia. Elas admitem que até deveriam comemorar o fato de, sem aulas, terem mais tempo para elaborar a monografia de conclusão do curso. A realidade, no entanto, é que elas estão mais preocupadas com possíveis atrasos na formatura.
As colegas Wanne Kelly Silva e Tainá Batista de Assis,
preocupadas com a monografia e a formatura.
Sem o diploma, as futuras bibliotecárias não podem obter o registro do Conselho Regional de Biblioteconomia e procurar um emprego. Além disso, elas se preocupam com as datas já definidas para a colação de grau e a festa de formatura. “A greve é péssima, especialmente porque a biblioteca está fechada”, lamenta Tainá.
A greve da UnB não está restrita aos professores. Os servidores da instituição também decidiram cruzar os braços em protesto contra a ameaça de cortes salariais. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão defende que o pagamento URP (índice que reajustava os salários na época da inflação e foi incorporado à remuneração dos servidores na década de 1990) é ilegal.
A briga está na Justiça. Os professores e os funcionários já ganharam em algumas instâncias. Mas, nesta quarta-feira, os técnicos perderam parte da batalha no Tribunal Regional Federal (TRF), que considerou o pagamento ilegal para 204 servidores aposentados que haviam entrado na Justiça para garantir o pagamento. O caso dos professores será julgado pelo Supremo Tribunal Federal, em data ainda não definida.
Na próxima sexta-feira, os professores farão uma assembleia para decidir o futuro da greve. Marcelo Aparecido de Brito, 28, aluno do segundo semestre de história não vê a hora de as aulas recomeçarem. Por enquanto, ele só tem as aulas de inglês para se ocupar.
Aiessa Balest, 20, universitária de farmácia, aproveitou esse tempo de paralisação para adiantar as tarefas do projeto de pesquisa que participa. Apesar disso, não vê a hora de recomeçar o semestre. De verdade.
"Fecha aspas.

E o pior de tudo é acostumar-se com os dias vazios, vazios. Eu, particularmente, que tenho apenas as aulas de inglês para ter que aparecer na UnB, assim como o estudante Aparecido de Brito, apóio a greve, embora esteja desejosa de aulas.
Nem mesmo os livros retirados da BCE foram terminados. A maioria no meio e dois nem sequer foram abertos. Sem pressão não há trabalho eficiente...
Ironicamente, a Universidade, mesmo em greve, prende os estudantes em margens virtuais de segurança. Os estudantes ficam amarrados a datas que chegam e se vão, e que não modificam o dia-a-dia tedioso, nem os deixam encontrar meios de ganhar uma renda, por menor que seja, com medo do retorno das aulas.
Muitos, certamente a maioria, aproveitam para ir ao cinema, teatro, shows, boates, casa de amigos, limpar  a casa para a mãe, ler e dormir...dormir...dormir...
Renato Russo já disse no passado, referindo-se ao ócio do cerrado brasiliense, hoje os estudantes UnBersitários repetem com vozes morgadas em suas camas:
"Tédio com um T bem GRANDE pra você!"

*Priscilla Borges, iG Brasília
28/04/2010 18:29 - notícia atualizada às 10h20 de 29/04
**Fotos: Marcos Brandão/OBrittoNews Ampliar

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails